quarta-feira, 25 de maio de 2011

Coisas



Por muito tempo busquei quais modelos, de diversas coisas, aos quais eu poderia me adequar.
[sempre me achei inadequada...]
Depois, passei mais um bom tempo procurando coisas outras que se adequassem ao meu jeito.
[sempre achei que eu tinha um jeito...]
Hoje, neste instante, não procuro, nem quero um jeito, quero só o prazer do encontro com as coisas e tudo mais que com ele surgir.
Um encontro entre as coisas minhas e as coisas alheias, que produzem entre tantas outras coisas, coisas que [graças à Deus!] não são minhas, nem dos outros.


Denise Viana - 13/05/2011 - Após auto-decepção - Salvador/Bahia

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dias que não sei

Há dias que nada nos consola
E o mundo parece desabar
Falta algo...
O que é?
Não sei,
Angústias existenciais
Pensamentos nefastos
Raiva de não sei o quê
Saudade de não sei quem
Será o período do mês?
Será o saldo bancário?
Será a agenda e seus deveres?
Será que é tudo que já foi dito?
Ou será a espera pelo que se há de dizer?
De ouvir, de ler, de sentir...
É que dói,
Dói não saber porque dói,
Esta dor que nem sei onde sinto
Será que minto??
Para quem??
Será que me enganei?
Das verdades que falei
O quanto fiel fui à mim mesma?
Nem sei...
Será que sou louca?
Ou isso tudo é coisa pouca
Que o amanhã adormecerá?
Se a vida é mais do que palavras,
[Como digo por aí]
Porque as palavras
E também a falta delas
Fazem dos meus dias essa angústia sem fim?


Denise Viana * Psico-Poeta