quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Chuva


Enfim choveu
E já podemos culpar a chuva
Os pingos frios
A poça d'água
A lama na estrada
Só não reclama o sertanejo
e as mulheres da caatinga
A meninada na rua brinca
e a moça que quer disfarçar o choro
Agradece

Chuva é assim
de um modo ou de outro
sempre nos afeta


Denise Viana

terça-feira, 17 de setembro de 2013

De alguma coisa que traz dúvida



 Da presença que se faz ausente
Quem sente?

Do grito que se cala
Quem ouve?

Dos olhos que se fecham
Quem vê?

Dos bem dizeres que se contradizem
Quem mente?

Do maleável que se endurece
Quem move?

Dos seres que não são
Quem ser?


 Denise Viana





segunda-feira, 20 de maio de 2013

♪ Sem denominação ♫


Do silêncio
Surgiu sua respiração
E do calor
O toque de suas mãos
E até a lua parou
Para admirar
E a luz apagou
Deixou você brilhar




Do medo
Veio muita confusão
E do beijo
Uma mesma pulsação
E até o vento soprou
Para levar
Aquilo que machucou
Agora, é deixar rolar





Sem pressão
Sem denominação
Nós vamos nos querendo
Dia após dia
Sem ilusão
Sem demarcação
A gente só inventa
A nossa alegria


                                 Denise Viana

domingo, 28 de abril de 2013

tempo e ser


odeio...
não ser presente
não estar presente
viver no hoje a angústia pelo que ainda não chegou 
ou pelo que já passou e não pode ser mudado.

odeio...
toda a incerteza e o medo do amanhã
toda a saudade de um ontem que não voltará
toda a poesia vã
e o desejo de pra ela voltar.

mas odeio principalmente,
esta humanidade que me dá
este sentimento que me impede
até mesmo de odiar.


                                                Denise Viana 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Fogo?







Quanto tempo dura 
a chama
do seu afeto?



                                                Denise Viana

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A felicidade no som de uma gaita

O que te faz feliz? Cada pessoa tem uma resposta, provavelmente mais de uma. Eu, por exemplo, tenho várias respostas. Mas hoje quero falar de algo simples, que nem sabia que podia me fazer tão, tão, tão feliz. Som de gaita! Especificamente hoje, o som provocado pelo Humberto Gessinger na música Girassóis com a banda Pouca Vogal. A letra dessa canção é algo que me encanta por demais... Às vezes não olhamos para os lados, porque não queremos "perder a direção", e nos ensinam desde cedo que temos que ter uma direção... O "talvez" e o "querer" que permeiam a vida o tempo todo... O "deixar-se" para que algo nos aqueça... E foi assim, largada num banho morno de uma pós viagem cansativa de duas noites mal dormidas, que a gaita da introdução de Girassóis arrancou-me um sorriso de todo "corpo e alma", como inflamado na postagem anterior. Um sorriso vivo, de vida e para a vida. Desde então, o som doce, inquietante, movente, sereno, bonito e harmonioso tem embalado meus pensamentos. Eu posso escutá-lo sem parar por horas. Posso ouvi-lo no silêncio. Posso namorar esse som. Os dilemas da vida continuam. Não estou os ignorando. Mas vou encará-los sorrindo (quem sabe assobiando a introdução de uma música qualquer...). Porque "ser feliz" pode "precisar" de muitas coisas, talvez, ou de poucas, de pequenos alimentos da alma, como o som de uma gaita, que de leve e sem pedir nada em troca, te traz uma imensurável e deliciosa sensação de felicidade...

Não posso garantir a mesma sensação ao caríssimo(a) leitor(a), mas indico a apreciação do supracitado som. Se algo, grande ou pequeno aos olhos do mundo, te faz feliz, compartilhe conosco! Diante o sensacionalismo das dores e tristezas, dividir um pouco de alegria é um deleite para raros. Até breve... o/

Denise Viana