terça-feira, 21 de agosto de 2012

(des)cuido



Cuidado meu bem!
Há perigos na vida tanto quanto na estrada
E eu quero sempre ver-lhe bem...
Cuidado meu bem,
Nem tudo é alvorada
E logo mais tarde o ocaso vem também...

Se eu pudesse lhe proteger
E cuidar de suas feridas,
Se eu pudesse lhe impedir
Das tormentas dessa vida...
Mas não é assim que desejo cuidar de ti.
Mesmo que possível fosse

Quero cuidar-lhe no cuidado comigo
Cuidarei de não lhe impedir
De não lhe impor nem pedir sentimentos
Cuidar do meu ego, do meu zelo exagerado
E da minha vontade de trancar-lhe dentro de mim.

Cuidar do meu lado que assusta,
E também do que há de melhor em mim...
E quem sabe assim,
A gente se cuide de modo mais leve
mais simples, mais doce e digno
Num quase profano, embora sagrado
Num quase engano, embora legítimo
Num quase descuido, embora cuidado...

Denise Viana * Psico-Poeta