quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Nada de tristeza...


Se não queres um poema triste
Pare aqui mesmo a leitura deste!
Pois hoje não consegui disfarçar...

Fiquei admirando a noite na cidade

Através da janela do ônibus

Tantas luzes! Tantas luzes!

A cidade tá tão grande, e tão, tão vazia,

Tão vazia que eu pensei que estava lá

Mas, mas eu não estava...

Não havia lugar pra mim lá

Porque lá, lá só tinha o nada.

E lembrei que o mais importante

Que já aprendi até aqui, foi esqueCer,

Embora seja muito, muito dolorozo

Fingir não lembrar,

Não lembrar que você não está lá

Simplesmente porque lá, está o nada...

E você quer ir pro tudo

Mas, o tudo não há mais
Quer ir pra verdade

Mas a verdade já não há...

Só há você!

E sua potência desconhecida

E outras milhares de potências

Que você provavelmente

Não conhecerá completamente.

São tantas loucuras sadias e normalices estúpidas,

Fico pensando nas minhas bobagens,

Nos sofrimentos alheios,

Em todos os nossos destempeiros,

E nas pobres crises tristes, proibidas e banidas

Da nossa "tal" liberdade de expressão,

Expressada nas propagandas

Que vendem pedaços de utopias

Que fantasia a feliciade e te ensina

Que a família feliz é a do comercial de margarina...
(Abre-se parênteses para o sorriso aqui mencionado,

não cofuda-se, pois ele quer ser real e não apagado)

Porque? Porque? Ora...

Porque sorrindo (assim), feliz (dessa forma),

Não questionamos, não lutamos

Nem almejamos nenhuma mudança...

E o "sistema" cobra tanto o seu sorriso

Que fica cada vez mais complicado

Identificar o grau de sinceridade presente nele,

E, sinceramente, sem sinceridade, não temos nada...

Se lembra do nada?

É! O nada...

Aquilo que tá lá no seu lugar...
Tantas luzes, Tão vazias,

O ônibus também tá vazio, e o cobrador

Com olhar curioso achou uma desculpa pra comigo falar
"Por que 'cê' tá tão tristinha?"
Então pensei por dois segundos...
Um,
Dois,

Olhei-o abrindo um sorriso bem grande e respondi

"Por nada!".

x
Denise Viana * Psico-Poeta
*Direitos Autorais Preservados*

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Choro de Quarta...

Hoje eu queria
Poder SOrrir de graça
Sair da teoria
Recitar e ouvir poesia
Ali, ou em QUALquer praça...
Conhecer-me mais um pouco
Com os textos, as paLAVRAS,
As músicas dos outros
Dos novos,
Dos velhos, que ainda não conhecia...
Eu queria beber, comer, respirar e transpirar
Fazer aMor com a poesia
E, se quem a recitar
Falar alto e gesticular
Ahhhhhhhhhhhhhh!!!
O gozo do aprendizado!
Que mesmo quem está CALAdo
ConSEGUE ao ápice chegar...
Podem até nos chamar de “nus”
Estamos mesmo despidos
Das roupas cheias de fantasias
Dos VALORes, das brigas vazias,
Não somos caRIcaturas, imitações,
Nem gregos nem troianos,
Nem tão pouco julgadores,
Somos soMente aprendizes
Que anseiam o saber
Ainda que sabendo
TalVEZ nunca o conhecer...
Mas é bom tentar dividir
Este mundo fenomênico,
Tão confuso e enganaDOR
Que entre esses amantes literários
Parece ser tão real,
Com liberdade, sem pertença
Entre brisa, álcool e fumaça
Cada qual e a sua poTência,
Semelhanças e diferenças...
Bem que eu queria
Deixar as minhas Jaulas
São tantas CORREntes invisíveis
Que não me deixam ir à praça,
Vou chorar as quartas
Por que a AcaDemia,
Assim como o tempo,
Pirraça...

*
Denise Viana * Psico-Poeta
*Direitos Autorais Preservados*

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Motivações e vaidades

Na vida do poeta e do artista
O que inspira e o move à escrita
São imagens... Passagens... Sacadas
Gestos, atos, fatos, Palavras...

Mas há que se reconhecerem os defeitos
Porque nem tudo é qualidade
Por que nem tudo é perfeito
Somos produtos da sociedade
De seus valores e insanidades
Maldades, vaidades e iniqüidades
Que nos são impostas como verdades
Onde o que rege é a inveja e aparência
Travestidas, bandidas, mascaradas e soberbas
E que andam como bêbadas vadias pelas esquinas...

Mas há também as motivações sadias
Que nos alimentam no dia à dia
Trazem paz, aconchego e alegria
Os elogios que nos beijam os olhos
Quando vindos de almas puras e sinceras
Parecem carícias plenas de delícias
Que pelo glamour e elegância viciam
E nos impulsionam às novas criações
As vezes somos poesias, outras vezes canções
É que é tudo uma espécie de salada de ilusões
Você vai lá e se serve à vontade...

E que a tua alma faça valer à pena
Afinal todos já sabem que ela não é pequena
Seja ela uma Enise ou Denise
Com varizes ou sem valise
Que se frise ou entra em crise
Há respeito e poesia em ambas ‘Ises’,
São frutos poéticos e elétricos da criatividade
Quem vos fala é um aprendiz na flor da idade
Numa madrugada de sábado,
Movido, tocado e Chacoalhado
Pela “Ise”, poetisa "psic’ótica"
Numa ensolarada manhã de domingo...

Dueto: Hilde & Denise


Denise Viana * Psico-Poeta
*Direitos Autorais Preservados*