
Se não queres um poema triste
Pare aqui mesmo a leitura deste!
Pois hoje não consegui disfarçar...
Fiquei admirando a noite na cidade
Através da janela do ônibus
Tantas luzes! Tantas luzes!
A cidade tá tão grande, e tão, tão vazia,
Tão vazia que eu pensei que estava lá
Mas, mas eu não estava...
Não havia lugar pra mim lá
Porque lá, lá só tinha o nada.
E lembrei que o mais importante
Que já aprendi até aqui, foi esqueCer,
Embora seja muito, muito dolorozo
Fingir não lembrar,
Não lembrar que você não está lá
Simplesmente porque lá, está o nada...
E você quer ir pro tudo
Mas, o tudo não há mais
Quer ir pra verdade
Mas a verdade já não há...
Só há você!
E sua potência desconhecida
E outras milhares de potências
Que você provavelmente
Não conhecerá completamente.
São tantas loucuras sadias e normalices estúpidas,
Fico pensando nas minhas bobagens,
Nos sofrimentos alheios,
Em todos os nossos destempeiros,
E nas pobres crises tristes, proibidas e banidas
Da nossa "tal" liberdade de expressão,
Expressada nas propagandas
Que vendem pedaços de utopias
Que fantasia a feliciade e te ensina
Que a família feliz é a do comercial de margarina...
(Abre-se parênteses para o sorriso aqui mencionado,
não cofuda-se, pois ele quer ser real e não apagado)
Porque? Porque? Ora...
Porque sorrindo (assim), feliz (dessa forma),
Não questionamos, não lutamos
Nem almejamos nenhuma mudança...
E o "sistema" cobra tanto o seu sorriso
Que fica cada vez mais complicado
Identificar o grau de sinceridade presente nele,
E, sinceramente, sem sinceridade, não temos nada...
Se lembra do nada?
É! O nada...
Aquilo que tá lá no seu lugar...
Tantas luzes, Tão vazias,
O ônibus também tá vazio, e o cobrador
Com olhar curioso achou uma desculpa pra comigo falar
"Por que 'cê' tá tão tristinha?"
Então pensei por dois segundos...
Um,
Dois,
Olhei-o abrindo um sorriso bem grande e respondi
"Por nada!".
x
Denise Viana * Psico-Poeta
*Direitos Autorais Preservados*
Mais uma vez eu fiquei com as pupilas diminutas, paralisadas a admirar este seu sentimento de "nada"... Muito tem-se falado de nada, do nada,e por nada... Esses 2 minutos e 3 segundos que levei para ler este seu sentimento me levaram a lugares inimagináveis... e não vi nada! Que bom... quem disse que a gente sempre tem que ver alguma coisa?
ResponderExcluirDenise... você não tem um futuro promissor... vc mesmo já é o seu futuro (que automaticamente é promissor)!
Cada poema que leio de sua autoria... cada frase... cada história... são como batidas de um enorme coração poético mundial... cada letra uma batida... cada poema, sangue nas veias... e nessa arritmia a gente vai vivendo...
obrigado por mais essa reflexão matinal...
e lembre-se, continue escrevendo...
Diego Schaun
Nada a ver...
ResponderExcluirsó pra registrar, o comentário acima é mais profundo do que parece...rsrsrs
ResponderExcluirHãnhãn, saquei...
ResponderExcluirCaramba, confesso que fiquei parado, pensando, nem sei em que...talvez naquela menina pensando no nada e por nada, talvez no tempo, sei lá...talves pensando nada...fiquei adimirado todo contexto, este poema tem uma mistura fantastica que poucas pessoas, poetas e poetisas conseguem expressar que é a solidão, melancolia em nosso ser poetico e do olhar critico de uma sistema que nos escraviza e de sorrisos falsos...Realmente fiquei encantado..Parabens!! Visitem aí o meu Blog: www.recantodasletras.com.br/autores/poetafabio
ResponderExcluirAbraços Poeticos!!
Obrigada Fábio!!
ResponderExcluirPoetas que se entendem... rs
Grande abraço... Passarei em seu blog....