quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nômade


Elementar meu caro Foucault!
Minh'alma anda mesmo viajante em uma série poética de quimeras
Enquanto o meu corpo reside na mais avessa realidade.

Trafego então na procura de produções que contemplem tanto alma quanto corpo.
“E se os desejos se divergem?”
Pergunta o ego aflito,
“A quem sou infiel? À alma ou ao corpo?”
À ninguém! Penso eu.

O que move o corpo com suas palpitações homeostáticas
Na busca de equilíbrio,
Tem ligação em fortes e finas linhas com o que move a alma
Com suas propriedades e emoções aladas e instáveis.

Aos que viram/ouviram/sentiram minhas angústias
Digo que já sofro menos com os tais pensamentos inquietos
Já criei novos modos de sobrevivência...
Que amanhã, talvez, não mais me sirvam
Mas que hoje, certamente, vestem-me muito bem!

Seja como um novo sentido diante da vida,
Ou como um suposto mecanismo de defesa
Que possibilita uma vivência menos dolorida.

Mas chega então desta “psicanálise selvagem”!
Sinto-me tal Freud, a fazer suas auto-análises.
E que fique claro
Que não tenho nenhum anseio que isto vire ciência,
Para me frustrar não vê-lo sendo ou pensar mais do que viver.
Tão pouco que se torne teoria,
Para ter seguidores sedentários, repetidores de pensamentos
Ou dissidentes equivocados...

Do que mesmo eu estava escrevendo?

Ah, que não faço questão de está na literatura,
Nem na fama, nem nas camas alheias
[não para ser “lida” antes da modorra soprar].

Não quero nada a mais [neste momento]
Além de dizer aos caros leitores e leitoras
Que estou caminhando...

Sou Nômade!
Corpo e Alma!

Denise Viana * Psico-Poeta

3 comentários:

  1. agradeço ter me enviado o link. li. reli até. fico um tanto confuso com o formato de poesia em verso, qdo na verdade o texto é descritivo, autoral e confessional. já pensou em dispor no formato compacto, com parágrafos até, para melhor dar uma sensação de todo? talvez não tenha pensado, pq vc não faz questão de estar em literaturas neh. rs. bom...me passou uma sensação de confusão, questionamentos, idas e vindas, inquietudes, contradições. não é de todo uma sensasão ruim, afora o método explorado na escrita, até pq o meu mais atual texto (e talvez as últimas pílulas escritas) tb têm esse tom angustiante. tb sou nômade, em corpo e alma. e, não sei sobre Focault, mas seu texto parece mais a frase do Kierkegaard ao lado direito. enfim...gostei da liberdade, mas tb das necessidades expostas. vamos burilando. se puder, acesse o meu: http://tomesuapilula.blogspot.com/. e veja além dos meus parênteses e deixe um comentário, pq deles é q me alimento. bjo no coração.

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigada por sua visita, comentário e indicação Marco!!! Suas pilulas já estão na minha receita de indicações de boas leituras...
    rs... é meu caro companheiro, sobre o que falastes, já havia pensando sim em textos mais compactos... Mas é que os versos me encantam, eles são a minha revolta, a minha não formatação... Kierkegaard também está presente, mas foi Foucault quem me disse que devemos considerar que "o que é produtivo não é sedentário, mas nômade"... E é sentido, no corpo e na alma, as coisas tantas que produzo/re_produzo/recuso/abuso, é que faço a afirmação inicial e permito-me a escrever todo o resto. Em breve postarei alguns outros textos que talvez não provoquem angústia pela formatação... Mas os versos continuarão tbm, e será sempre um prazer ouvir a confusão sentida na leitura destes...rs. Grata por seu carinho!!!
    Bjo querido!!!

    ResponderExcluir

Contribua com o seu Comentário...