domingo, 28 de agosto de 2011

Aos que amam e aos que odeiam

Há pessoas que te amam
Há pessoas que te odeiam

Mas você sabe (ou deveria saber)
Que você não é exatamente
O que pensam aqueles que te amam
Nem o que acreditam
Aqueles que te odeiam

Cada um é o encontro!

Quando coisas que lhe atravessam
Encontram aquelas que atravessam outras pessoas
Afetos diversos são gerados

Assim,
Quem ama um outro alguém
Também ama coisas de si mesmo
E quem odeia um outro alguém
(talvez não saiba conscientemente)
Mas também está a odiar coisas de si próprio

Um encontro nunca é feito sozinho!

Mesmo o "Eu"
O mais peculiar, solitário ou singular
É atravessado por inúmeros "Nós"
Cheios de amarras que unem, marcam e entrelaçam

O encontro sempre acompanha devires
E os sentimentos produzidos neste
Escapam de todos os lados envolvidos.

Aos que amam e aos que odeiam
Qualquer sinal de reciprocidade
Pode ser mera coincidência. Ou não.

Denise Viana * Psico-Poeta

4 comentários:

  1. Não existe um EU concreto, nem quem ama, quem odeia ou nós mesmos temos certeza de quem somos. Talvez sejamos alguém para cada um ou alguém para nós mesmos. Certo é que nada é concreto.

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  2. Quem somos nós?
    Quem esperamos dentro de nós? Esperamos ser quem já somos?
    Esperamos ser algum outro alguém?
    Usando os termos de Nietzsche: Queremos nos tornar aquilo que somos?

    Não sei, mas acho que nós mesmos temos medo de reconhecer quem somos pq também nos amamos e nos odiamos por tantas vezes. O encontro com o outro pode ser terrível, ma so encontro consigo mesmo é angustiante.
    Por quantas vezes nós não desejávamos ter um retrato como o de Dorian Gray (personagem de Oscar Wilde) só para trancar num sótão e deixar lá a nossa realidade mais horrível?

    Sei lá... Acho que viajei demais.
    Obrigado Querida amiga Poetisa por mne fazer viajar cada vez mais longe mesmo sem sair da minha cadeira!

    Bjos

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  3. Linda poesia, Denise.
    Parabéns por tanta inspiração e me
    fazer refletir profundamente.O que
    aprendi é que: independente de quem
    me ame ou não; tá valendo é o meu amor
    por mim. Shalom querida!
    Beijosssss...

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  4. Com certeza André querido, é tudo abstrato!

    Por nada Tico, que sejam sempre produtivas estas viagens!

    Obrigada Liduina, é mais ou menos por aí mesmo, mas não tá fechadinho assim, como numa receita, ou como num conto onde há uma moral ao fim da história, na verdade tudo é provocação. rs... E que provocados/as, as pessoas sintam-se mais livres e se abram para os encontros, independente dos afetos que surgirão deles e que estarão sempre em transformação... Um encontro = +ou- Mil devires.. Mais ou menos por aí.. rs

    Bjus!!!

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