
Delícia
Desejo
Delito
Corpo sem moral, inquieto, sabido de si
Suave e cálido,
Palhaço e bandido dos outros

Num impulso ele pulsa, batidas irregulares no peito
Que se reverberam pelo incontrolável chiar da boca
Faminta tão terna da própria antropofagia
Antes de sentir, o corpo pré-sente
Vive os sonhos e imaginações com real sinestesia
Transgride a gramática verbal, como Manoel de Barros já denunciava
Que as crianças assim faziam
Eis que o corpo cheira canções
Enxerga silêncios
Escuta cores
Saboreia poesias

“Um corpo aparência por múltiplos corpos vivências!!”
Troca-se!
Um corpo gozador de si
De estupor e brandura
Pode ser delito de outros
No cenário do crime
Sinais de uma vida pacata de um cidadão de sucesso
Que tinha tudo o que o dinheiro poderia alcançar.
Denise Viana * Psico-Poeta
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